quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Propaganda

Eu tenho um beijo que alterna do calmo pro intenso, você iria gostar. Acho que você tem olhos iguais ao meu beijo.
A gente poderia ser interessante andando com suas mãos longilíneas e eu tão pequenininha. De repente as pessoas poderiam olhar e pensar: lá vai mais um casal que não combina mas por isso mesmo dá certo. Seria lindo.
Eu olho tanto meu celular que já decorei de quanto em quanto são cinco minutos. Eu tenho vontade de jogar meu celular numa parede qualquer. E me libertar da vontade de ouvir sua voz. De novo, de novo, eu não canso. De novo fazendo romance em cima de um conto breve. Dois jantares e um almoço. Só isso. E lá estou eu achando que você pode ser um forte candidato a homem da minha vida. Lá estou eu acreditando que exista um homem da minha vida. Se você não ligar, nunca mais, eu vou ficar triste, igual fiquei semana passada porque outro não ligou, igual fiquei semana retrasada porque outro sumiu. Igual eu vivo ficando chateada e vive passando. Eu tenho prostituído demais a minha espera. E as coisas parecem perder a importância toda hora. O problema é que, para perder a importância toda hora, toda hora vivem ganhando importância, e eu estou ficando cansada. Ah, se você me ligasse, a gente poderia ver aquele filme do Bertolucci que eu tô louca pra ver e, se no filme tivesse cena de sexo, eu iria morrer de vergonha. Depois você poderia me fazer alguns elogios, afinal eu passei o dia inteiro com uma touca de creme no cabelo esperando a sua ligação. Os grampos estão me machucando, mas eu agüento a dor, eu agüento esperar. O seu beijo poderia ser daqueles calmos e profundos e a gente poderia combinar tão obviamente quanto é óbvio o silêncio do meu celular. A gente poderia acabar de se beijar e cair na risada, uma risada tão ensurdecedora quanto o silêncio do meu celular. Liga, vai, me dá uma chance. Me dá uma chance de ser extremamente sensual apesar do meu braço torto e das celulites da minha bunda. Ser extremamente sensível apesar de todas as ironias que eu te falo pra você não achar que pode me ganhar. Eu aprendo a gostar de Nick Drake, Velvet, e se bobear até divido um ácido com você. Não, esquece, tô fora do ácido e quer saber de uma coisa? A Britney Spears vai continuar me dando uma vontade louca de dançar. É como você mesmo disse: eu tenho o ouvido burro. Mas eu tenho uma mão esperta, me liga vai? Olha eu mais uma vez me vendendo sexualmente, não, não compre. Compre meu coração, compre minha alma. Recuse minha incapacidade de me achar amada e me ame. Se você me ligasse a gente poderia ter uma conversa séria a respeito da solidão e do tédio do mundo e resolver ser feliz pra sempre. A gente poderia resolver isso e depois resolver que o mundo tem suas limitações e depois resolver que não tem limitação coisa nenhuma. A gente poderia mudar de opinião juntos e tornar a vida menos solitária e tediosa. Olha, é simples, são oito números e uma única chance de conhecer uma mulher super bacana. Que, sim, tem chulé às vezes, tem bafo às vezes, tem ataques de histeria, ciúme e infantilidade às vezes. tá bom, é mais do que às vezes, mas se você me ocupar com bom papo e carinho, eu juro que esqueço um pouco meu lado que não sabe se relacionar.
Peraí, tá tocando aqui. tem que ser você, tem que ser você. tem que meeeeeeerda, pena que não dá para processar o "Vivo Informa" por propaganda enganosa.










sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mil Alternativas



E tudo bem. não temos por onde nos falar, mas dou um jeito - tudo para não virar Karma. Pediu explicações, e eu achei válido. Não volto atrás, mas deixo os nós todos feitos, e quero ter uma lembrança boa, tudo resolvido. Falo que queria te parabenizar ao vivo, mas não foi possível - te mandei apenas boas vibrações, aquela minha mania troxa de telepatia e desejei que fosse um aniversário maravilhoso, como também eu vou ter. Revelo a série de frustrações que me fizeram sumir, me afastar e dar o turn off em toda essa situação, sem nome, nem pé e muito menos, cabeça: Que a gente é diferentes demais, que esperamos respostas diferentes da vida, e que, não daria certo. Tão óbvio, quanto claro. uma pena, como já disse tantas, e tantas vezes. você tem mãos lindas, e isso sempre foi um dos meus atrativos principais. E então, você me diz que entende, e questiona: Por que jogar fora os retratos, os buquês guardados em caixas de papelão, apagar do celular seu telefone, e deixar a porta ainda aberta? Nem eu entendo, te digo. a conversa está aqui, acontecendo, momento presente e toda essa palhaçada. Mas não me compreendo, e nem faço questão. Hajo conforme o que sinto, o que não é novidade. não há linha de raciocínio, e nem atos premeditados. Na hora da raiva, sobe a vontade, e eu não sou nem louca de me impedir. me arrependo por manhãs vagarosas, deitada nas minhas duas cobertas, e concluo: Agi como pude. Pelo menos, me movi. e se não fosse? Seria infinitamente pior pensar no que não aconteceu. Naquilo que não deu pé. Penso algumas vezes nas viagens que a gente combinava em delírio, nas apostas que fazíamos pra vida alheia, e nas resoluções que fiz pra esse amor estranho e doentio. Não vingaram, mas ficaram no filtro da memória daquilo que não vivi. Dolorido, mas filtrado. Graças à Deus. foi a forma abstrata que encontrei de resolver essa situação, colocar ordem na minha vida. Mesmo que tenha te machucado. Um pingo apenas, perto de todo o mar do que doeu em mim, ao fim de tudo. Você fala que tudo bem, que me quer bem. Quero tanto o seu bem, que saí de perto. Te deixei livre, e um dos motivos foi essa liberdade que era tão necessária pro seu dia-a-dia imprevisível e complicado. O seu veneno era o que me fazia assim cair todas as vezes, e voltar aparentemente mais forte - e por dentro, cada vez mais oca, iludida e sonhadora. Eu te fazia bem, mas você me piorava a cada dia. Não por gosto ou vontade, mas pelas nossas enormes adversidades. E acho que naquela conversa agradável, naquele clima de saudade e good feelings, eu sorri e você não entendeu. Pude imaginar a sua incompreensão frente ao meu desvario feliz, correto e equilibrado. Eu, caindo sempre da corda bamba que é conviver com a minha personalidade forte. Agora aprendendo a andar pé ante pé, firme e olhando pra frente, pro futuro: Você foi bom, mas passou. Ironizei o seu medo frente às minhas palavras, as atitudes tolas de perguntar à amigos próximos sobre mim, ou a insistência de amigos seus na minha vida. Não somos amigos. Não fomos, e nunca seremos. Escutar que tudo foi bom, que você gostou de mim chega a doer um pouquinho na ponta do coração, diagonal. Sazonal. Mas não há o que fazer, e essa é uma conversa que finaliza um ciclo. Que fecha as portas, mas deixa as lembranças acesas. Que retira o ódio e o rancor, e recoloca no lugar o bom que ficou do outro, o perfume maravilhoso que usava, e o jeito único de pedir pizza ao telefone. E claro, as belas e longas, e másculas, mãos. Enquanto eu estudo, e você tem sua vida a tocar, nos despedimos com uma pontinha de que tudo volte. No final, apenas arquivamos tudo de bom que ofertamos um ao outro: Aprendizado, conversas boas, par de luvas temporárias. O verão jaja começa. A vida continua, e mesmo que as mãos estejam quentes e suando, há sempre as águas. Alternativas mil.

Dedicado: @jusaba 

Amor louco

É então que sinto medo. Deixo de sentir o contato gorduroso dos lençóis contra minha pele, e fico todo concentrado nessa coisa: o medo. Não dele, nem de seus passos, nem de que possa de repente espatifar as vidraças para entrar no quarto — também não tenho medo de sua possível violência, de suas prováveis garras. O que me assusta é justamente essa respiração de animal. Essa coisa grossa, azeda, estranhamente flácida e morna, como se a semente brotasse você é tão bonito, tenho vontade de dizer mas há um poço tapando a minha boca.. E não digo nada eu não digo nada eu só quero olhar de olhos abertos para esse branco na parede e pensar como você é bonito.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Confuso, porém sincero...

Então me parecia que tudo realmente tinha se acabado, e não falo só do amor, falo da vida, das esperanças, da sorte, dos beijos apaixonados e claro ... do que chamava de futuro.
É assim que agente se sente quando um grande amor se vai: o vazio da alma se espaça pelas veias de sangue e passeia pelo corpo todo, é como um grande êxtase de solidão dominando o seu ser. Você sente o absoluto nada tocando você constantemente, o silêncio só não lhe ocorre porque a solusação não da treguas, e em conjunto com uma cachoeira de lágrimas, deixam uma abstinencia de sentimentos já vividos.
Como uma grande onda, deixo a vida levar tudo aquilo que um dia já me levou para tão longe, para um mundo que nunca quis sair, para um abraço que nunca desejei soltar.
Talvez seja essa a razão do amor, chegar, nos fazer deseja-lo cada vez mais, e ir embora, sem mais nem menos, sem nem uma cartinha de despedida...

'' Hey, tô indo embora, sente minha falta não, jájá eu volto com outro nome, te amo um pouquinho, faço mil juras de PARA SEMPRE enquanto dure, dou uma fugidinha de leve, ranco seu coração sem sinais de volta. Mais olha fica bem ein! Não tive intenção de te magoar, é só meu instinto falando mais alto que você, te desejo sempre o bem.
Beijos, o Amor. ''

... E tão perdida quanto um deserto de areia, lá estou eu! Acabada, seca, com cheiro de rosa de cemitério, tão morta por dentro, tão triste por fora. Só não morri de amor ainda, por que nem a morte deve me querer, afinal vai que me apaixono por ela, vai que não a largo nunca mais?! Elá ja vem com um '' - chega pra la muléér ... seu negocio é sono, vai durmir que ele te faz esquecer, vai durmir que você para de chorar ''... e lá vou eu, mais uma vez pro incensato encontro com meu travesseiro, faço minha reza de todas a noites e apenas desejo... '' amor não, amor faz sofrer, não quero mas sofrer, me deixa só com uma dose de alegria, pureza e paixão.. quer saber, me deixa assim.. sozinha e feliz ou inventa outro para sempre, que esse já deu pra mim, olha por mim ein... tô contando com você.




quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Chega disso

  Pareço um sapo cego dando uma linguada no ar, não vejo o inseto, mas sei que ele está lá. Molho o ar na espera de lamber sua coxa, a pele com menos pêlos atrás do seu joelho. Lamber sua virilha, sentir seu cheiro, brincar com seu umbigo perfeito e boquiaberto por causa da barriguinha. Quem sabe descobrir alguma sujeirinha ali no umbigo, um resto de algodão, um resto de salgadinho vagabundo, um resto de prazer. Eu te amava depois do banho, eu te amava indo trabalhar sujo de mim, eu te amava humano e eu te amava, sobretudo, alienígena e com sono de sentir a vida. Sinto saudades de respirar o mais profundo possível, como já escrevi antes, perto de sua nuca. E descobrir novidades sem nome e sem solução. Sinto saudades de me perder tentando entender de que tanto você sorria, de que tanto você brilhava, de que tanto você se perdia e se escondia. Peço licença ao meu ódio tão feio e tão infinito para te amar só mais uma vez. Quero te amar sozinha aqui, na minha casa nova, em minha quase nova vida. Quero esquecer todo o nada que você representa e dar contorno aos desenhos que não saem da minha cabeça. Nunca entendi seu coração, nunca entendi seus olhos, nunca entendi suas pernas, mas só por hoje queria poder lamber sua fumaça para que ela permanecesse mais, pesasse mais. É libertador esquecer meu desejo de vingança, a vontade que tenho de explodir sua vida, o vício que tenho de passar mil vezes por dia, em pensamento, ao seu lado. E pisar em cima da sua inexistência e liberdade. Chega disso, só pelo tempo em que durarem estas letras e a música que coloco para reviver você, vou te amar mais esta vez. Vou me enganar mais uma vez, fingindo que te amo às vezes, como se não te amasse sempre. Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como podia ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava. Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo. Ainda assim, há meses, há séculos que se arrastam deixando tudo adulto demais, morto demais, simples demais, exato e triste demais, eu sinto sua falta com se tivesse perdido meu braço direito. Esse amor periférico, ainda que não me deixe descoberto o peito, me descobre os buracos. Não são de suas palavras que sinto falta. Não é da sua voz meio burralda e do seu bocejo alto demais para me calar e me implorar menos sentimentos. Não é, tampouco, do seu abraço. Sua presença sempre deixou lacunas e friagens que zumbiam macabramente entre tantas frestas sem encaixe. Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existe morte para o que nunca nasceu.Sinto falta mesmo, para maior desespero e inconformismo do meu coração metido a profundo, de lamber suas coxas, a pele mais lisa atrás dos joelhos. Lamber sua virilha, sentir seu cheiro, brincar com seu umbigo, respirar sua nuca, engolir sua simplicidade, me rasgar com sua banalidade, calar sua estupidez, respirar seu ronco, tocar sua inexistência, espirrar com sua fumaça. Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. Você era lindo. Simplesmente isso. Você, uma pessoa sem poesia, sem dor, sem assunto para agüentar o silêncio, sem alma para agüentar apenas a nossa presença, sem tempo para que o tempo parasse. Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza. Sinto falta da raiva, disfarçada em desprezo, que você tinha em nunca me fazer feliz, sinto falta da certeza de que tudo estava errado, mas do corpo sem forças para fugir, sinto falta do cheiro de morte que carregávamos enquanto ainda era possível velar seu corpo ao meu lado, sinto falta de quando a imensa distância ainda me deixava te ver do outro lado da rua, passando apressado com seus ombros perfeitos. Sinto falta de lembrar que você me via tanto, que preferia fazer que não via nada. Sinta falta da sua tristeza, disfarçada em arrogância, de não dar conta, de não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter. Prometi não tentar entender e apenas sentir, sentir mais uma vez, sentir apenas a falta de lamber suas coxas, a pele lisa, o joelho, a nuca, o umbigo, a virilha, as sujeiras. Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

vicio

 

Eu tô tentando largar o cigarro, eu tô tentando remar meu barco, eu tô tentando armar um barraco, eu tô tentando não cair no buraco. Eu tô tentando tirar o atraso, eu tô tentando te dar um abraço, eu tô penando prá driblar o fracasso, eu tô brigando prá enfrentar o cansaço. Eu tô tentando ser brasileiro, eu tô tentando saber o que é isso, eu tô tentando ficar com Deus, eu tô tentando que ele fique comigo. Eu tô fincando meus pés no chão, eu tô tentando ganhar um milhão, eu tô tentando ter mais cunhão, eu tô treinando prá ser campeão. Eu tô tentando entrar em forma, eu tô tentando enganar a morte, eu tô tentando ser atuante, eu tô tentando ser boa amante. Eu tô tentando criar meu filho, eu tô tentando fazer meu filme, eu tô chutando prá marcar um gol, eu tô vivendo de Rock'n Roll!



Eu tô tentando ser feliz, eu tô tentando te fazer feliz!
 

esconde...,

 leva o meu cheiro para a tua casa. esconde, esconde dentro da gaveta castanha que tens no teu quarto. não a abres, deixa o cheiro usufruir. sentir? gosto particularmente de sentir aquilo que escrevo, por mais desinteressante que seja, adoro. as nuvens estão escuras como os teus olhos castanhos. o sol tem medo de aparecer como eu. o dia está super molhado, faz-me lembrar as tuas lágrimas quando caíram pela primeira vez. a noite será fria e chuvosa, esconder-me-ei dentro dos meus lençóis verdes. vês? vês a falta que tu me fazes? dá-me um dia recheado do teu cheiro. de ti. do teu perfume. esconde-me sob as tuas asas, e cobre-me com as tuas mãos. deixa-me poder voar contigo acima das tempestades. ensinaste-me a não ter medo. leva-me contigo, procura um novo destino para nós, por favor.