sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Amor louco

É então que sinto medo. Deixo de sentir o contato gorduroso dos lençóis contra minha pele, e fico todo concentrado nessa coisa: o medo. Não dele, nem de seus passos, nem de que possa de repente espatifar as vidraças para entrar no quarto — também não tenho medo de sua possível violência, de suas prováveis garras. O que me assusta é justamente essa respiração de animal. Essa coisa grossa, azeda, estranhamente flácida e morna, como se a semente brotasse você é tão bonito, tenho vontade de dizer mas há um poço tapando a minha boca.. E não digo nada eu não digo nada eu só quero olhar de olhos abertos para esse branco na parede e pensar como você é bonito.

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